

Depois de inúmeras cirurgias, e com a saúde muito debilitada, Frida faz uma reflexão de seu estado de espirito. Deitada em uma cama sendo forçada a ingerir comida em uma dieta de engorda por um funil gigante, Frida se coloca em estado de vítima coberta por um cobertor estampado com os inúmeros vírus que insistiam em consumir seu corpo.

Quando Frida pintou este auto-retrato, sua saúde havia se deteriorado ao ponto em que ela teve que usar um colete de aço. Além de sua coluna quebrada, os pregos representam a dor de Frida física e emocional, já que um prego maior em seu peito representa Diego. O mais interessante dessa obra é que em seus olhos tristes, refletem pombas brancas da paz. Uma grande piada de sua própria tragédia.

Quadro pintado pouco depois da separação com Diego Rivera. A Frida da direita é a Frida que fora amada e respeitada por Diego. Ela segura um amuleto com o rosto do amado e que é ligado por uma veia que interconecta o coração das duas Fridas. A Frida da esquerda é a Frida que Diego abandonou. O coração dessa Frida é todo despedaçado e a conexão com a veia é cortada pela pinça que ela segura em sua mão. Segurando a sua própria mão, representa que Frida é a sua única companhia.

Depois de inúmeras cirurgias, e com a saúde muito debilitada, Frida faz uma reflexão de seu estado de espirito. Deitada em uma cama sendo forçada a ingerir comida em uma dieta de engorda por um funil gigante, Frida se coloca em estado de vítima coberta por um cobertor estampado com os inúmeros vírus que insistiam em consumir seu corpo.
Os quadros de Frida
A característica mais marcante nas obras de Frida é a sua necessidade de expressar estados emocionais. Ela aproveitava aquela oportunidade para transmitir seus desesperos pessoais, quase como uma compulsão. Podemos dizer que a arte para Frida era uma busca incansável pela cura. Era como se ela criasse asas imaginária que lhe permitissem sobreviver diante de intensos estados de dor e sofrimento.
As criações de Frida Kahlo eram tão fascinantes que retratavam seus sofrimentos e angústias através de traços indígenas, cores vivas e fortes, e bastante extravagantes.
A arte de Frida Kahlo poderíamos dizer que é marcada pelo excesso. Excesso de cor, de dor, de alegria e de uma angústia própria ao feminino. De uma beleza marcante, pois, não só se apresenta com características evidentes do seu sofrimento, mas transporta para a tela uma beleza tomada pela intensidade e pelo excesso de sua dor. Sua obra, assim como a arte em geral, é o resultado de uma experiência pessoal expressada na tela, seguida pela fantasia em um misto de ficção e realidade.
Em um de seus diários, a pintora explica alguns significados e referências das cores em suas obras. Entre elas estão: o verde: luz quente e boa; marrom: folha que vem da terra, cor da toupeira; amarelo: loucura, medo e doença, mas também representa o sol e a alegria; azul cobalto: eletricidade, amor e pureza; preto: nada é preto; folhas verdes: tristeza, ciência; amarelo verde: loucura e mistério, os fantasmas usam trajes dessa cor; verde escuro: cor de bons negócios e más notícias; azul marinho: distância, mas também a ternura.