
O casamento e a arte
Já recuperada, Frida leva seus quadros para Diego Rivera, um famoso pintor da época, para que os analisasse. Esse encontro resultou em uma paixão para ambos e na revelação de uma grande artista (quadro Diego en mi pensamento).
Aos 22 anos de idade, Frida se casa com Diego Rivera, socialista, e pintor mexicano mais importante do século 20 e fez parte do movimento muralista, que defendia a arte acessível. Os dois eram motivos de piadas entre a família dela porque diziam que a união dos dois se equiparava a um casamento entre uma pomba e um elefante - ele era imenso, gordo e 21 anos mais velho. Mas os dois formaram o casal de artistas mais original da época, porém era retratado como um casamento tumultuado cheio de idas e vindas.
Diego ajudou Frida a revelar-se como artista e em 1930, viaja com a esposa para os EUA, onde tinham trabalhos e exposições. (quadro entre México e os Estados Unidos) Frida, mais mexicana do que nunca, chocava a todos com suas roupas, risos e gestos e tentava deixar isso bastante claro por não gostar do ambiente em que vivia.
Em Detroit, Frida engravida, mas sofre um aborto devido as sequelas do acidente com o ônibus, fato que a impedia de ser mãe. (quadro A Cama Voando) Nesse período, Frida começou a produzir telas, tudo à respeito de sua perda, do quarto do hospital e de seus sentimentos. De volta ao México, teve de superar ainda a morte da mãe Matilde - vítima da câncer - mais um aborto e algumas crises no seu casamento com Diego, que a traia constantemente.
Frida era declarada bissexual, e seu marido Diego Rivera a deixava ter relacionamentos com outras mulheres (inclusive casadas) porém nunca com homens. Já ele, era assumidamente mulherengo, e mantinha a muitos anos um relacionamento com a irmã mais nova de Frida, Cristina. Os dois foram flagrados em uma relação sexual, o que desencadeou em Frida um ataque de fúria a fazendo cortar os seus cabelos bastante cumpridos de frente para o espelho (quadro Autorretrato com Cabelo Cortado). Cristina teve 6 filhos com Rivera, e Frida nunca mais a perdoou.
Em 1939 parte sozinha para Nova York, onde faz sua primeira exposição individual, na galeria de Julien Levy, e é sucesso de crítica. Em seguida, segue para Paris. Lá é hospitalizada com uma infecção renal, mas também entra no mundo da vanguarda artística dos surrealistas. Conhece Pablo Picasso, Wassily Kandinsky, Marcel Duchamp, Paul Éluard e Max Ernst mas acha que não pertence ao movimento surrealista porque como ela dizia ela “...retrata a própria realidade”.
Frida muito abalada pela traição de Diego, flertou com León Trotski - um intelectual marxista e revolucionário russo – que fora acolhido por Diego Rivera (um grande admirador de Trotski) após ser exilado junto com sua família. Frida e Trotski mantiveram seu affair durante um ano enquanto esteve acolhido na casa azul. Porém, Frida satisfeita com sua vingança e já desinteressada, convenceu Trostki a mudar –se de casa para evitar maiores conflitos. E após o termino desse romance, Frida praticamente revelou a Rivera que o traiu bem debaixo de seu nariz, pelo homem que ele mais admirava.